O legado
– O Luiz Henrique já teve um instituto com o nome dele que nós estamos pensando em reativar. Para mim, ainda está muito difícil pensar nisso. Vou deixar para o próximo ano. Conversei com os meus filhos e eles concordaram. É muita coisa para mim. Ainda sinto muita dor, muito sofrimento. Tanto que deleguei tudo ao Claudio, meu filho, e aos nossos advogados. Não tenho cabeça, nem condições para pensar nisso. Vamos dar tempo ao tempo. Tanto que o que veio de Brasília está tudo encaixotado. As coisas do escritório levaram para uma sala do PMDB. Eu não vi nada. Não consegui entrar no escritório dele depois que ele faleceu. Fui a Brasília para a missa de um mês de falecimento que o Senado realizou. Também estive na homenagem do Congresso e aproveitei para fazer a mudança do apartamento. A única coisa que fiz foi ir na nossa suíte em Brasília para pegar os meus pertences e os dele, o que tinha no nosso quarto. O restante das coisas, o Geraldo, nosso motorista, que trabalha conosco há quase 20 anos, e a Lúcia, que trabalha comigo há 19 anos, cuidaram de tudo. Eles que coordenaram toda a mudança. Depois da missa, fui dormir em um hotel. Não quis ficar no apartamento e ver a mudança. Também não vi ela chegar lá em casa, pois fui para o meu apartamento em Itapema e me isolei. E quando saiu a mudança, lá da casa, do (bairro) Boa Vista para cá, também saí. Fui a Campos Novos para a inauguração de uma biblioteca, belíssima por sinal, de cinco andares, na qual o prefeito Nelson Cruz colocou o nome de governador Luiz Henrique da Silveira. Ele fez questão de usar governador. Não quis colocar senador, pois acredita que o Luiz Henrique esteve lá por mais de 60 vezes. Uma biblioteca que é um exemplo, é maravilhosa. Acho que não tem outra igual no Estado. Fui mais duas ou três vezes lá na casa do Boa Vista, mas não aguentei. Fui muito feliz na minha casa, onde vivi por 19 anos. Eu e ele estamos em cada canto da casa. A nossa história está em cada quadro, em cada porta-retratos, em cada detalhe. Foram muitos Natais, muitas festas, só momentos bons. O pior momento foi o último Dia das Mães, quando o perdi. Depois disso, não quis mais ficar lá e pretendo vender a casa.