MDB: Momento delicado no estado se agrava com a situação nacional

Fundado há 53 anos, com presença marcante em todos os municípios, o MDB vive seu inferno astral. Partido que já teve três governadores, enfrenta um vácuo de comando desde a derrota de Mauro Mariani, presidente estadual, no primeiro turno das eleições de outubro.
São múltiplas as queixas de parlamentares, prefeitos e lideranças regionais com a ausência de uma liderança expressiva para conduzir o partido à Convenção Estadual que vai eleger os novos dirigentes. É imprevisível, também, o que vai acontecer na próxima eleição partidária.
Com a prisão de Michel Temer, o político vivo que mais tempo presidiu o MDB nacional, a situação em Santa Catarina tende a se agravar. Os deputados Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa já estavam com um pé fora, pelos desencontros com a bancada e a falta de liderança para resolver os impasses internos. O senador Dário Berger não esconde desencantos com o comando nacional em Brasília. Deputados federais de expressão, alguns da nova safra, sentem-se deslocados no meio dos veteranos da direção, muitos denunciados, investigados, réus ou presos na Lava–Jato.
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, também não faz segredo que não está à vontade e que poderá estudar novas alternativas partidárias. Com um esforço redobrado de obras e serviços na Capital, por conta de seu projeto de reeleição, tem consciência de que no MDB não se cria mais. Aguarda, contudo, o momento mais apropriado do desembarque.
Depois da inesperada derrota eleitoral de 2018, o MDB vive seu momento mais crítico de sua história.