Lideranças regionais definem como “Manobra Política” à votação que resultou na suspensão da greve a nível estadual
A coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte), Janete Jane da Silva, disse hoje (05) em entrevista concedida no Jornal da Marconi, que a votação realizada foi distorcida e seu resultado manipulado. “Aquilo foi uma manobra do pessoal lá de cima. Temos a informação de fontes seguras de que os professores foram liberados de suas atividades para que fossem até lá votar pelo fim da greve. Como pessoas que nem entraram na greve podem votar pela suspensão dela?”, questionou.
De acordo com Janete, uma cópia da lista de presença da assembleia prova a quantidade de participantes de cada região e comprovaria as irregularidades da votação. “Em Chapecó, por exemplo, o registro era de que 30 professores estavam em greve, sendo que 522 pessoas assinaram a lista de presença e puderam votar. Ou seja, que decisão justa é essa? As assembleias são abertas e alunos, pais, vereadores e qualquer um interessado pode participar, mas não tem direito ao voto. É básico. Não faz sentido”, afirma inconformada.
Aproximadamente 120 professores de Criciúma viajaram 12h até Chapecó para participar da votação. Conforme a coordenadora, a intenção do grupo era lutar para conquistar mais algum dos itens reivindicados, estendendo a greve por mais três ou quatro dias e evitando a possibilidade nova paralisação em agosto. “Queríamos arrancar mais alguma coisa deles na mesa de negociação. Da forma como foi encaminhado, os professores perdem. Foi graças à greve que toda a categoria ganhou um pouco. Conseguimos o mínimo, mas já foi uma vitória. Poderíamos ter muitos outros benefícios, mas agora, infelizmente, a expectativa é de que aconteça como em 2011 e o Governo do Estado não negocie nada”, afirmou.
Quando questionada Janete foi contundente, “foi sim uma manobra política, pois temos dentro do sindicato em outras regiões muitas pessoas filiadas a partidos políticos, nesse caso os ligados ao PT, a CUT, agiram com base no acordo de apoio desse partido ao governador, coisa que vem lá de cima”.
Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna