O candidato à presidência na sua primeira eleição em 2018, quando obteve 2,5% dos votos válidos, totalizando assim 2,68 milhões, João Amoêdo anunciou nesta sexta-feira (25), que se desfiliou do Partido Novo, legenda que ajudou a fundar. O político criticou a gestão atual do partido, ao qual acusou de descumprir o próprio estatuto e de fazer coligações “apenas por interesses eleitorais”.

“Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010”, escreveu Amoêdo, no Twitter. “Infelizmente, o NOVO, fundado em 2011 e pelo qual trabalhamos por mais de 10 anos, não existe mais”, disse.

Segundo Amoêdo, o Novo “foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”.

“O NOVO atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia”, escreveu Amoêdo.

Em 27 de outubro, o Novo suspendeu, em caráter liminar, a filiação de Amoêdo, duas semanas após ele anunciar que votaria em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais.

A declaração rendeu a Amoêdo a apresentação de denúncia por lideranças do Novo, incluindo o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, e quatro deputados federais do partido. A acusação é de que tenham havido possíveis “violações estatutárias”.

Na nota publicada no Twitter, Amoêdo lembrou o “péssimo desempenho eleitoral” do Novo neste ano, a perda de milhares de filiados” e “a saída de inúmeros dirigentes”. Segundo ele, o partido “não esboça qualquer sinal de retomar o caminho original”.

“Ao contrário, a direção da instituição prefere ignorar as evidências, busca silenciar as vozes divergentes, transfere responsabilidades e segue prometendo que agora será diferente”, escreveu Amoêdo. Segundo ele, seria “incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta”.