O historiador Moacyr Flores, autor de livros sobre a revolta, afirma que a Revolução Farroupilha, iniciada em 1835, teve uma motivação mais profunda. Conforme o professor, a necessidade de liberdade econômica e do retorno dos impostos pagos ao governo central com mais eficiência foi o que levou a elite da época a se revoltar.

Moacyr afirma que os farrapos lutaram para que o imposto ficasse na origem, pois com o controle do governo central fazia com que o simples calçamento de uma rua levasse de dois a três anos para ser aprovado, sendo que se fosse autorizado seria pago pelos proprietários das casas.

“Tudo era demorado, a ideia dos farroupilhas era criar uma República Federativa que daria autonomia para as leis, para a economia local”, comenta o historiador.

Rogério Bastos, professor de História e jornalista, comenta que, de uma forma geral, a busca por melhorias motivou a luta dos farrapos. “Temos que olhar para o passado, não com os olhos de hoje, mas com a visão daquele momento histórico. Os estancieiros eram os líderes e buscavam melhorar a província que pertenciam”, afirma Bastos.

Infelizmente a essência do modelo de gestão não mudou, da mesma forma que a postura dos povos do sul diante dessa realidade também não.

Embora existam discussões em torno dos detalhes dos fatos da época, o que se evidenciou naquele tempo de bravura e que continua sendo a única alternativa, é que independente do resultado o qual não se pode garantir, a dignidade está em lutar.