O primeiro time a elevar o nome de Criciúma ao cenário do futebol nacional, e depois internacional, celebra 60 anos da entrada no profissionalismo em 2019. Para marcar essa data histórica, a Associação Empresarial de Criciúma (Acic) promoveu uma sessão especial nesta quinta-feira (24), em honra ao Esporte Clube Metropol. A homenagem a ex-jogadores, ex-dirigentes e personagens ligados ao lendário clube provocou grandes lembranças e muita emoção.

Edson Madureira, João Pedro Hermann, Walter Benta, Canela e Flázio Campos, atletas que se destacaram na vitoriosa trajetória do Metropol, foram alguns dos homenageados. O clube também recebeu uma placa, oferecida pela Acic, em reconhecimento a conquistas que permanecem vivas na memória de tantos criciumenses e mesmo de torcedores de outras partes do país.

“O Metropol marcou uma época, era um clube que pagava diária, o primeiro do Brasil a fazer isso. Era muito organizado. O meu jogo inesquecível no Metropol foi o último, em 1967, quando fomos campeões do Catarinense”, conta Edson Madureira.

“Fico contente de participar da família Metropol. Naquela época já era um time moderno e hoje, se estivesse no mercado, estaria normalmente como outras grandes equipes. Era diferente, com muita disciplina”, concorda João Pedro Hermann, que se mostrou emocionado com a homenagem. “Parabenizo a Acic pela iniciativa, porque esse resgate é muito interessante. É incrível que eu, com 75 anos, ainda esteja aqui, porque a maioria dos nossos irmãos do futebol já se foram. Estou muito contente e orgulhoso de fazer parte desta equipe”, afirma.

“Fico muito feliz em sermos homenageados. É uma honra e uma satisfação para nós. Em seis anos de vida ativa do Metropol, quando a equipe atingiu o auge, fomos cinco vezes campeões catarinenses e vice do Nacional, porque entregaram a taça ao Botafogo quando deveria ser nossa”, lembra o antigo dirigente Dilson Freitas, se referindo a um episódio emblemático na trajetória do clube.

Após uma vitória para cada lado entre as duas equipes na disputa da Taça Brasil em 1968, a terceira partida foi interrompida pela chuva e a delegação catarinense orientada pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD) a retornar para Criciúma. No entanto, a CBD depois marcaria a continuação do jogo para o dia seguinte e o Metropol decidiu então não voltar ao Rio de Janeiro, sendo o Botafogo declarado campeão.

No momento, o Metropol retorna ao cenário do futebol com uma ação social, e inclusive o projeto para atender crianças da região teve uma emenda parlamentar de R$ 500 mil destinada pelo deputado federal Daniel Freitas, membro da mesma família que levou o clube ao profissionalismo.

Mas, um retorno como time profissional não é o foco neste momento. “Toda aquela região, que dá em torno de 50 mil habitantes, precisa de um trabalho na parte social e já estamos fazendo isso, dando assistência à juventude, que é algo importantíssimo. Quem sabe mais tarde. Como começamos o Metropol do zero, podemos recomeçar como profissional, mas esta é uma segunda etapa. A primeira é cuidar do social”, entende Dilson Freitas.