Ao tratar com a imprensa o prefeito de Orleans, Jorge Koch explicou que alguns projetos já existentes em cidades da região podem servir de inspiração. “O meu sonho é reservar aquela área para um futuro parque para nossa cidade. Talvez um local como o Parque das Nações, de Criciúma, ou o Parque Ado Cassetari Vieira, de Urussanga, onde a gente possa caminhar, praticar esportes, descansar, aproveitar com a família e amigos e realizar eventos. O futuro vai dizer o que será feito no local, isso ficará para as próximas administrações. A intenção, de momento, é resguardar para evitar que o seminário possa criar um loteamento, construir ou vender ali, pois isso seria muito triste. Se deixarmos que isso aconteça, se deixarmos que ali saia um loteamento ou grandes empreendimentos, prejudicaremos projetos como este do parque e também a expansão de nossa universidade”, defendeu.

A discussão no município vizinho se dá porque o prefeito emitiu o decreto 4.572 que torna de utilidade pública, a fim de ser desapropriado pelo município por via amigável ou judicial, uma gleba de terras com cerca de 34 hectares, de propriedade de Instituto Leonardo MurialdoILEM.

Na área de terras estão edificados um ginásio de esportes, um galpão, salas de aula onde funcionava o seminário São José, uma pequena Igreja e uma infraestrutura conexa de garagem. Ainda se encontram no local pelo menos três nascentes da água e área de mata nativa com aproximadamente 17 mil metros quadrados. Próximo à área estão instalados o Centro Universitário Barriga Verde Unibave e o Museu ao Ar Livre Princesa Isabel.

O local já possui projeto para a construção de um loteamento com quase 350 unidades que seriam vendidas, o que segundo informações, renderia cerca de R$ 35 milhões para a instituição religiosa.

O padre Cornélio Dall’Alba convocou a população por meio das redes sociais, para comparecer ao manifesto contra o decreto na casa legislativa de Orleans em Sessão Ordinária que aconteceu na última segunda-feira (6). Com o ambiente lotado o líder religioso afirmou, “não estão se apropriando do patrimônio do seminário, mas expulsando os grandes benfeitores desta terra. Estamos sendo tocados embora como cachorros perigosos por causa de um complô articulado na calada da noite pelo prefeito e seu vice. Estão desmantelando uma história construída com o suor embebido nesta terra”.

No decorrer desta semana, manifestações de diferentes setores estão acontecendo e a polemica segue na cidade. Observando sempre, estão analistas políticos que avaliam os efeitos do embate, já de olho em 2020.